Projeto da Marina da Glória ainda não tem aprovação do IPHAN

Foi o que afirmou a presidente do IPHAN, Jurema Machado, nesta quarta-feira, dia 3, durante a reunião do Conselho Consultivo do órgão, em Brasília.

Este foi o esclarecimento que a dirigente quis fazer aos Conselheiros, logo no início do encontro, em função das inúmeras notícias veiculadas na imprensa e meios de comunicação, e que, segundo ela, maculam a imagem do órgão.

Nesse pacote colocou também outro assunto polêmico que acontece no Rio, o da “regularização” das habitações da população de “baixa renda” no Jardim Botânico. A presidente asseverou que nenhum dos dois assuntos seriam tratados naquela reunião para qualquer decisão do Conselho.

Quanto ao projeto (ou seria pré-projeto?) da empresa REX Imobiliária de construção de prédio de uso comercial na área do Parque do Flamengo, a presidente fez questão de esclarecer que a sua decisão foi de uma pré-aprovação e que esta não dispensava a necessidade do Conselho ratificar ou não esta deliberação. Ou seja, a decisão da presidência do IPHAN (a sua “pré-aprovação”) não era suficiente para se considerar o projeto como aprovado.

Presente à reunião, como representante da Federação das Associações de Moradores do Rio (FAM-Rio), entendi então que esta pré-aprovação da presidência do IPHAN equivale à uma consulta prévia.

Qualquer projeto para o local só pode ser considerado como aprovado pelo IPHAN por decisão do seu Conselho Consultivo, após parecer da sua Câmara Técnica de Arquitetura e Urbanismo. E, por enquanto, não há nenhum projeto aprovado, nem pela Câmara Técnica, nem, muito menos, pelo Conselho.

Fato é que este ato, inusitado, de “pré-aprovação” de um projeto por parte da presidência do IPHAN causou o maior reboliço nas mentes e nos corações. Uma confusão.

Felizmente foi esclarecido pela própria signatária que seus efeitos são como o  de um encaminhamento processual, sem força decisória, neste caso.

Uma de suas consequências positivas deste “encaminhamento” foi desencadear, no Rio, um amplíssimo protesto, com milhares de assinaturas, em prol da manutenção do Parque com bem de uso comum do povo, indivisível, e com seu projeto original tombado preservado.

E, neste domingo, o movimento em prol deste Parque continua, com recolhimento de novas assinaturas em frente à Rua Buarque de Macedo. (Confira)

Que bom, pois há muita chance de sermos ouvidos pelo Conselho Consultivo em apoio à sua histórica decisão de considerar o Parque Público com bem não edificável.

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7 Resultados

  1. Sonia Rabello disse:

    Obrigada pelo apoio e solidariedade de todos nesta luta, que é de todos nós.
    Estaremos enviando ao Conselho Consultivo do IPHAN estes comentários.
    SR

  2. Prezada Sra Sonia Rabello

    Precisamos mostrar as pessoas que sao leigas em Mar,maioria do povo brasileiro, que a Marina da Gloria nao e um sinples estacionamento de embarcacoes e sim um porto que recebe turistas embarcados do mundo todo.
    Atualmente veleiros e iates param na Marina 1 ou 2 dias, enchem seus tanques com agua potavel e vao embora devido a total falta de estrutura, pessimo atendimento e precos alem do mercado internacional.
    Muitos eventos nauticos nacionais e internacionais deixam de ser realizados no Rio de Janeiro por conta do que antes falei.
    Ja enviei para a ASSUMA uma listagem de sugestoes para que tenhamos uma Marina de primeiro mundo.

    Sou usuario a mais de 30 anos e vejo com preocupacao a tal area dos pequeniques prevista no projeto REX.
    Quando cheguei a Marina (1983), nao eistiam os toldos,o povo circulava livremente pelo terraco acima das lojas e acessava a beira mar.
    Tinhamos vergonha de sair de barco com nossos familiares pois travestis faziam sexo a ceu aberto nas pedras que margeia a Marina pelo lado da Baia.
    Em se concretizando a area dos pequeniques, por ser um pontal com baixa circulacao de pessoas, provavelmente se tornara um local para desocupados, mendigos e outros.

    Atenciosamente

    Gilberto Camargo

  3. Sonia, fico feliz em acompanhar o quanto você é contundente, boa guerreira,
    grande defensora do bem comum. Coragem sempre. Meu abraço.

  4. Ilma Sra. Sonia Rabello,

    Hoje em assembleia com mais de 70 usuários da Marina da Gloria, foi decido que a ASSUMA, Associação dos Usuários da Marina da Gloria é CONTRA o projeto da construção de um Shopping Center e Centro de Convenções, no local. A marina deve ser tratada como uma Marina e não tem pode ter outra finalidade. Ficamos a disposição para a quaisquer questões sobre o assunto e começaremos a tomar as providencias para a preservação do local. Meu muito obrigado em nome de mais de 300 usuários., estamos juntos nessa luta,

    Forte abraço,

    Alexandre Antunes.
    Presidente do Conselho Fiscal
    ASSUMA

  5. José Tabacow disse:

    Ainda bem que resta uma esperança. Este empresário foi praticamente escorraçado daqui de Florianópolis, onde queria construir um estaleiro numa das paisagens mais bonitas daqui, a baía Norte. A reação foi como a do Rio. Talvez depois de duas ou três derrotas destas, ele possa perceber que hoje existe uma consciência muito maior do que sejam bens comuns a todos. E a paisagem é o principal deles.

  6. José Ricardo disse:

    Ilma Sra. Sonia Rabello,
    Gostaria de me colocar diante de V.Sra. bastante impressionado com o seu empenho em proteger a área da Marina da Glória, pois também estou empenhado em poder influenciar, neste importante momento, de modo positivo, para que tenhamos uma verdadeira MARINA DE BARCOS.
    Confesso entretanto, que fico bastante preocupado com a veemência de seus discursos extremamente contrários ao projeto da REX, na medida em que:
    1- Do jeito que está, não pode ficar;
    2- O local da Marina da Glória é de suma importância para a náutica não só do Rio de Janeiro, como do Brasil e do Mundo;
    3- No litoral do Município do Rio de Janeiro , não há outra marina pública;
    4- A indústria náutica emprega mais segmentos de serviços que a própria indústria hoteleira, ou seja, a NÁUTICA precisa ser estimulada;
    Deste modo, muito me preocupa sua contrariedade ao projeto que, diga-se de passagem apresenta um enorme ganho paisagístico para a Aterro do Flamengo, isto não podemos negar, mas que precisa sim da sua atuante participação para exigirmos que atenda às necessidades dos navegadores USUÁRIOS da Marina. Como exemplo do que digo, aponto aqui algumas destas necessidades:
    1- Aumentar de 50 para 200 vagas no seco (antes era ZERO, mas 50 é muito pouco);
    2- Ter facilidade para retirar/colocar embarcações de esporte e lazer na água (rampa, trator, travelift, carretas, etc);
    3- Ter banheiros (com chuveiros) para uso dos navegantes;
    4- Terminar a obra de proteção contra ressacas, iniciada e embargada;
    5- Ter acesso para carregar/descarregar próximo às embarcações;
    6- Ter restaurantes, bares e mercados, assim como uma boa infraestrutura de serviços náuticos e de apoio aos navegantes;
    7- Ter preços acessíveis aos proprietários de pequenas embarcações!

    Com sua ajuda para que tenhamos pelo menos estes itens atendidos, já teríamos dado um grande passo para o sucesso do projeto proposto pela REX, e seria dada exposição de abrangência internacional, já que os velejadores estrangeiros já não param mais na Marina da Glória por fama internacional da baixa qualidade dos serviços e dos altíssimos preços praticados.
    Deste modo Sra. Sonia Rabello, como profundo admirador de sua conduta, solicito que sua ajuda se volte para a melhoria do Rio de Janeiro e não para termos mais um projeto iniciado e embragado, deixando para trás uma possibilidade de crescimento e tendo pela frente mais um monte de sucata inacabada.

    • Sonia Rabello disse:

      Caro José Ricardo. Obrigada pelas suas sugestões. Não sou favorável à paralisação de projetos. Acho que a Marina deve ser Marina. Acho que a Marina Pública do Rio pode ser expandida também para outros locais, como para o Porto Maravilha, à espera de revitalização, e/ou para a Escola Naval, em frente, ou ainda para os clubes náuticos, que parecem falidos, antes que virem locais de festas e eventos, e restaurantes, como virou o Estadio de Remo da Lagoa.

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