“O futuro de Marapendi”
Confiram o artigo de Fernando Gabeira no qual é destacada, entre outras questões, a necessidade de se pensar o Rio como metrópole e planejá-la em conjunto com os diversos segmentos da sociedade.
“Faz algum tempo que sou contatado por um pequeno grupo de moradores de Barra. Estão preocupados com a construção de um hotel seis estrelas, o Hyatt, na Reserva de Marapendi.
Grandes mudanças estão para acontecer naquela área. O prefeito Eduardo Paes propõe que seja proibido construir algo em todos os terrenos voltados para a praia da Reserva.
Nesse caso, suponho, o projeto do Hyatt estaria de fora, pois segundo esse grupo de moradores, o hotel será construído diante da Praia da Reserva.
Acontece que esta proposta vem acompanhada de outra: a permissão para que seja construído um grande campo de golfe pela iniciativa privada.
A área será liberada com aprovação dos vereadores e corresponde a 58 mil m2, situados no que é hoje a Zona de Conservação da Vida Silvestre(ZCVS).
Só depois da aprovação do projeto de alteração da APA de Marapendi é que ficará claro se o projeto do hotel será substituído pelo do campo de golfe, ou ambos acabarão sendo construídos na área.
Os moradores gostariam de preservar Marapendi do avanço do negócio imobiliário e estavam se organizando para defender a Reserva na justiça.
Existe um campo de golfe em Japeri, na Baixada Fluminense. Ele poderia ser recuperado e cumprir um novo papel.
Naturalmente, vai se dizer que é distante de onde moram ou se hospedam os jogadores de golfe. E que a falta de mobilidade urbana inviabiliza esta alternativa.
Um grande projeto esportivo deveria envolver toda a região metropolitana e buscar saída naquilo que mais promete no futuro: o transporte sobre trilhos.
Não só Japeri poderia ter seu campo de golfe renovado. Petrópolis pode ser usada para hospedar delegações na Copa do Mundo.
Bastaria para isso recuperar a estrada construída pelo Barão de Mauá, os seis quilômetros que vão da Vila Inhomorim, Raiz de Serra, e terminam na rua Teresa.
O ideal seria um projeto que envolvesse toda a metrópole. Eduardo Paes foi reeleito com grande votação e poderia dar um passo, articulando com as cidades em torno da capital.
Aquele velho porto de Magé, por exemplo, reconstruído seria mais uma alternativa de contato com a serra fluminense a ser completada com a recuperação de ferrovia que saia dali.
O dinheiro circula nos lugares mais desenvolvidos. É mais fácil construir todo o equipamento em torno de uma mesma área. Tudo isso tende a aumentar o desequilibro regional.
Uma outra visão seria pensar o Rio como metrópole e planejá-la em conjunto com os representantes de milhões de pessoas que vivem em torno da capital.
Eduardo Paes poderia dar esse passo. Não é apenas questão de justiça social. De um ponto de vista econômico, representa um salto produtivo ampliando as chances da mobilidade.
E mesmo em termos eleitorais, uma vez que tem pretensões mais amplas, Eduardo Paes tem a chance de reconstruir o embrião de uma articulação metropolitana, tantas vezes esboçada e quase sempre tragada pelo imediatismo.”
Fernando Gabeira – Artigo publicado no jornal Metro
Hoje 12 de novembro de 2012 , comecaram a DESMATAR 50 MIL m2 da RESERVA DE MARAPENDI para construcao do futuro hotel hyatt ao lado do AlfaBarra
Estao , com duas escavadeiras , ACABANDO COM TODA VIDA VEGETAL NATIVA e VIDA ANIMAL do local . Tenho tudo filmado….
Os planos do Eduardo Paes são sempre relativos a ficar bem com a iniciativa privada e fazer grandes obras visíveis para se perpetuar no poder, como manda um ego descontrolado. Eduardo Paes jamais escutou a população. Apoiado pela maior rede de comunicação do país, está com a faca e o queijo na mão, como diz o povo. Para ele dane-se o que achamos, e se as pessoas votaram nele justamente por causa de três obras de visibilidade, agora estão vendo que o cara não veio para brincar. Caso não haja forte mobilização, adeus área de reserva de Marapendi. O sujeito se acha o dono absoluto da verdade e da cidade.