VLT no Rio: sem plano?

Na pauta da Câmara, em regime de urgência, o projeto de lei do Executivo que pede autorização para aporte de recursos públicos, à iniciativa privada, para concessão dos serviços de transporte urbano, no Centro/Porto, via VLT.

Até agora sabíamos apenas da intenção da Prefeitura de implantar o VLT na área portuária e central. Mas, não sabíamos como. Agora, por conta do projeto de lei enviado, sabemos que será por concessão de serviço público a uma empresa privada.

Quanto custará a implantação? Qual será o regime jurídico, as obrigações do concessionário? Qual a tarifa? Como ela se integrará aos demais modais: ônibus, vans e metrô? Como se integrará nas vias públicas com a demolição da Perimetral e construção de duas outras vias – uma no solo e outra subterrânea – para transporte rodoviário? Sobre isso nada foi esclarecido, nem à população, nem à Câmara.

Hoje, o “Diário Oficial” da Cidade, o jornal “O Globo” nos informa que há a intenção de retirada dos ônibus do Centro para que o VLT circule em seu lugar. Há, inclusive, uma foto paradisíaca (ao lado), dessas que só os computadores permitem, no qual a Avenida Rio Branco aparece só com o VLT circulando no meio do nada: sem ônibus, sem táxis  sem carros e até sem pessoas, com umas arvorezinhas no centro da via… Quem fala sobre o assunto, pela cidade, não é o secretário de Transporte, mas o presidente da empresa municipal de desenvolvimento do Porto.

Qual o plano de transporte da Cidade? Quem o aprovou? Onde está?

Consultamos a portaria do Ministério das Cidades, mencionada na justificativa do projeto, para sabermos mais informações sobre o seu custo. Ela nos informa que o valor total do investimento, (que está na mesma rubrica, junto com o BRT da Transbrasil) é de R$ 2 bi e 264 milhões! Quase o dobro destinado, na mesma portaria, para a linha 3 do Metrô do Rio em SãoGonçalo!

É plausível fazer tamanhos investimentos de transporte na Cidade sem um plano conhecido, debatido, e reconhecido com bom com as inúmeras entidades acadêmicas e sociais que há anos estudam e debatem a cidade, como o Clube de Engenharia, a COPPE, o Fórum de Mobilidade Urbana, o IPPUR, a SEAERJ?

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4 Resultados

  1. “Chorar pra quê?”*
    Desandou? Tresandou? Danou-se no geral e en vrac?
    E pra que se esquentar com isso? Deixem como está pra ver comé que vai ficar!
    Não há como resolver esses problemas; não há direito, filosofia, urbanismo, nada.
    Fica, para todo e sempre, decretada a zorra total e que se lixem os demais porventura interessados, partícipes ou meros ocasionais observadores e turistas.
    A coisa vai ficar devidamente claro na hora dos finalmentes com a população de repente inchada em 40-50 porcento e sem para onde poder fugir.
    Aí vão chamar os bombeiros que estão ou em greve ou isolados em seus quartéis dando banho nos seus vermelhos autos.
    Isso é só um panorama puro, inocente e naïve.
    O diabo vai pegar e se aproveitar da coisa, esperem pra ver.
    E não tem EB que resolva isso, haja vista Canudos . . . entre outras!
    Quá!!!

  2. Olá.
    Em 09 de julho foi realizada uma Audiência Pública e foi publicada a minuta do Edital do VLT para a ampla Consulta da população: http://www.portomaravilha.com.br/conteudo/vlt_licitacao.aspx
    Abraço.

    • Olá, cidadão carioca. Diante do seu sugestivo nome, já não sei como me qualificar… mas gostaria d lhe perguntar, já que vc é tão bem informado, se essa audiência pública a que se refere, foi como a que aconteceu mês passado, na Taquara, para a Secretaria falar sobre o BRT TransOlímpica, que derruba escolas d inestimável valor sentimental para os moradores da região e invade várias áreas d preservação ambiental da zona oeste do município? Pergunto isso pq o Ministério Público, presente naquela ocasião entre os populares, teve d se manifestar no microfone para mandar o diretor do Instituto do Meio Ambiente desfazer a mesa da audiência pública, por contrariar frontalmente o que reza a lei das audiências públicas, não dando assento a representantes da cidadania e privilegiando o poder executivo, apenas; a Secretaria mandou apenas o engº. d campo, dos canteiros d obras, para dar explicações ideológicas ao povo revoltado.

      • Sonia Rabello disse:

        Caro “Cidadão Carioca”. Obrigada pelo seu comentário. Observo contudo que não foi dito que não houve audiência pública. O que foi dito é que não há Plano de Mobilidade da Cidade. O site apontado é o do Porto, e não da Secretaria Municipal de Transporte, esta última, responsável pelo planejamento de transporte público da Cidade. O Porto não é uma espaço à parte na cidade. Faz parte dela, não obstante estar sendo “administrado” como se não o fosse.

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