Fechamento da Ford nos ensina: preparação para as mudanças é imprescindível para quem não quer perder o bonde

O fechamento das três fábricas de automóveis da Ford no Brasil é uma morte anunciada. Até porque os automóveis individuais estão com seus dias contados, a longo prazo. Porém, antes da futura extinção do transporte individual privado, os automóveis a combustão darão lugar ao carro elétrico e ao carro autônomo. É o futuro, queiramos ou não. É o mesmo roteiro que fez desaparecer as máquinas de datilografia, os carros de boi, os telefones fixos e a fio, o fax e milhares de outros equipamentos já ultrapassados tecnologicamente.

Duas questões saltam aos nossos olhos a partir deste fato:

1. Subsídios com dinheiro público não salvam indústrias e empregos a médio e longo prazos

O Governo brasileiro deu, nos últimos 15 anos, vários bilhões de reais de subsídios à indústria automobilística, – R$ 20 bilhões só à Ford-, segundo a mídia. Apenas atrasou o fechamento. Valeu a pena salvar temporariamente aqueles empregos, sem reservar parte deste dinheiro público na preparação de outras alternativas? Subsídio é uma política fácil, mas que não impede as mudanças inevitáveis trazidas pelas novas tecnologias ou pelas novas exigências da sociedade, como a sustentabilidade ambiental e a prevenção às mudanças climáticas.

2. Novos empregos no Brasil serão criados se tivermos a população, sobretudo os jovens – adultos do futuro próximo – preparados para eles

A tecnologia e o conhecimento são as forças motrizes da sociedade mundial atual e as suas maiores riquezas. Nenhuma cidade se destacará se não investir na formação de suas crianças e jovens, pois as máquinas automatizadas substituirão, cada vez mais, o trabalho braçal. Então, a tal smart city só existirá se for habitada por smart people ou smart citizens. Se esta for a prioridade maior, em 15 anos haverá uma mudança qualitativa na nossa sociedade, transformada pela educação universalizada e equitativamente distribuída em sua qualidade.

Até lá, há sim recomendações: simplificação da burocracia sem que se tome isso por diminuição da qualidade do controle técnico e social – simples não é sinônimo de simplório – ; clareza nas regras jurídicas, que devem trazer junto a estabilidade de sua interpretação e aplicação pelo poder judiciário; acesso a uma adequada e justa distribuição de infraestrutura de serviços públicos, não só para a logística do comércio e indústria, mas também para os cidadãos.

Simples assim !

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