Grandes obras de mobilidade no Rio sem planejamento

As mega obras de mobilidade do Rio foram feitas sem que o Plano de Mobilidade da Cidade, ou mesmo da Região Metropolitana, estivesse pronto e publicado.  

Só agora foi divulgado pela Governo da Cidade a intenção de se fazer o Plano Municipal de Mobilidade. Isso pode ser conferido pelo site PMUS, divulgado esta semana, ainda incompleto. Pelas informações ali contidas, o futuro Plano será de 2016 em diante, quando o governo Paes já terá terminado!

Deduz-se, portanto, que todas as obras de mobilidade rodoviárias dos BRTs (Bus Rapid Transit) e BRS (Bus Rapid Service), a derrubada da Perimetral, as linhas de metrô, especialmente a L4 – modificada em seu plano original e contestada por mais de 26 Associações de Moradores da Cidade – , a retirada de linhas de ônibus comuns e até o recentíssimo anuncio da nova rodoviária da Cidade estão sendo feitos sem planejamento específico e integrado!

Para o futuro Plano de Mobilidade do Rio, o Governo Paes fez divulgar um edital para contratação de empresa que deverá elaborá-lo em dez meses. Nele, ainda serão pesquisados indicadores a serem ordenados para o futuro plano, devendo-se levar em conta as mega obras de intervenção feitas pelo Governo Paes nestes 6/8 anos, sem plano, a saber:

“Projetos dos Corredores de BRT TransOeste, TransCarioca, TransOlímpico e TransBrasil, Projetos de expansão do sistema Bus Rapid Service- BRS, Projeto de expansão das Linhas de metrô, Aumento da capacidade dos sistemas metroviário e ferroviário, Projeto do VLT do Porto Maravilha na área central da cidade, Projeto de reurbanização da Avenida Rio Branco no centro da cidade, … Projeto do Arco Viário Metropolitano, o sistema de aluguel de bicicletas e sua expansão, Plano Estratégico de Transportes para as Olimpíadas Rio 2016”.

Diz ainda o edital que o futuro Plano deve considerar especialmente o Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro – PDTU 2013.

Porém o PDTU 2013, segundo divulgado em um estudo do IPEA, ainda não está pronto e aprovado. O plano de transporte metropolitano de 2003 “está sendo atualizado sob a coordenação da SETRANS, agora com a participação da AMTU, com o intuito de avaliar resultados anteriores e elaborar novas propostas para os próximos dez anos“.

Enfim, o futuro plano será bem vindo, ainda que bem tardio. Pena que os atuais Governo Municipal e Estadual tenham desprezado, até agora, qualquer planejamento específico e qualificado para a realização das mega obras bilionárias nos últimos anos, seguindo o lema: primeiro faço, depois planejo.

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