A defesa da arborização no Rio: o caso da Pça. Nossa Senhora da Paz

Hoje é Dia da Árvore.  Mas o Rio não tem o que comemorar, pois sofre o mais drástico desmatamento de todos os tempos: em Jacarepaguá e Freguesia, na Ilha de Bom Jesus, na APA de São José em Laranjeiras, na Praça do Pomar no Jardim  Oceânico, na Barra da Tijuca, na Mata Atlântica em Deodoro, onde querem colocar o “novo” autódromo, a estação da Light na APA da Serra da Misericórdia, são apenas alguns casos dos milhares denunciados diariamente na imprensa e em nosso gabinete.

Mas, como estou decidida a continuar e ampliar a luta pelo “desmatamento zero” na Cidade, o que se pode fazer é ir em frente, e publicizar o que pode dar certo nesta cruzada contra a insensatez da destruição do nosso patrimônio arbóreo, que é fruto de anos de investimento de nossos antepassados.

O caso da Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, é um exemplo desta nossa ação pró-árvores urbanas.  E o nosso opositor é um projeto fechado da empresa do Metrô, corroborado pelo governo do Estado, que não quer ouvir a população.

Mas, por que ainda não aconteceu a destruição?

Por que há a resistência da sociedade civil, corroborada pelo meu mandato parlamentar.  Foi através dele que impetrei processo administrativo, tanto na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, quanto no Conselho Municipal do Patrimônio Municipal.  Sem a autorização destes orgãos não será dada a licença de instalação e, sem esta, as obras não poderão ser iniciadas.

Cabe a estes órgãos municipais impedir quaisquer danos aos bens culturais e ambientais do Município.  E, porque há alternativas para se fazer o metrô e a saída da estação respeitando a integridade da Praça, que é bem tombado, confiamos que o Município não poderá autorizar a mutilação deste bem, nem o corte, ou a proposta de transplante de árvores.

Veja a seguir o que apuramos sobre o andamento do processo administrativo, e as exigências nele feitas à Concessionária Rio Barra S/A:

Exigências:

1) Quanto aos elementos arbóreos:

1.1 – Qualificar as árvores a serem transplantadas, tipo, tamanho, copas e áreas de sombreamento atuais;

1.2 – Apresentar book com todos os elementos do paisagismo atual;

1.3 – Apresentar estudo quanto aos riscos dos transplantes das espécies propostas.

2) Quanto à apresentação do projeto completo (plantas baixas, cortes e vistas) da estação:

2.1 – A estação deverá ter somente o uso de “estação de metrô”, sem uso comercial, deverá constar o detalhamento da sua área interna, que deverá atender ao mínimo necessário para sua utilização, tentando diminuir o impacto da área da praça;

2.2 – Estudar a retirada do “Acesso A”;

2.3 – Incluir projetos das torres de insuflação e exaustão;

2.4 – Estudar a diminuição da área do canteiro de obras tentando preservar a área da praça.

3) Apresentar estudo para a recaracterização da praça, incluindo a retirada do gradeamento”

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1 Resultado

  1. Todos os itens acima são requisitos indispensáveis àquela praça como elementos mínimos à sua verdadeira caracterização como um logradouro público civilizado na Zona Sul da cidade, que coincide com a região cujos custos em termos de impostos municipais, estaduais e federais são dos mais altos, senão “o” mais alto do país.
    Não nos estão fazendo nenhum favor! É da sua obrigação e dever com o público que estamos falando. Quando é que vão parar de vez a nos empulhar?
    Como se isso fosse um grande favor que nos fazem. Favor seria em seguir o curso das linhas do trem fora dessa região e sim aonde antes fora permitido oficialmente (Largo dos Leões, Humaitá, Jardim Botânico).
    Informo-lhes que exista uma opinião formal de um geólogo especialista em solos novos que, numa entrevista à sra. Sandra Louzada (moradora de Ipanema) afirma que caso haja a subida dos níveis das marés, como se esperam, nos próximos anos, semelhante tunel ficará completamente inviabilizado. Ou seja, vai pro espaço um investimento miliardário.
    Recomendo que obtenham cópia dessa entrevista e que tomem cuidado com o que estejam prestes a fazer, qual seja passar um ‘tatuzão’ por debaixo de áreas residenciais e comerciais de altíssimo custo.
    Só pra saberem só mais um pouquinho: num dos prédios mais altos da Praça da Paz já existem instalados sensores de movimentos e de vibrações na sua infraestrutura.
    Quer saber só um pouquinho mais? Então vai uma curiosidade: a Banda de Ipanema quando passa no carnaval com as suas centenas, talvez milhares de participantes, faz vibrar o solo
    que se transforma num verdadeiro tarol e cujo som repercute nos prédios da Visconde de Pirajá. Believe it or not.

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