Remar não é possível

Nosso leitor, o arquiteto Temer Neder, chama a atenção para o descaso que sofrem os portadores de deficiência física em nossa Cidade Maravilhosa. Eis o seu relato:

“O Estado do Rio de Janeiro é extremamente privilegiado pela Natureza, conta com uma costa com muitas praias e lagoas.

Este privilégio, no entanto, é vedado a uma quantidade enorme de pessoas, uma vez que o acesso a estas praias e lagoas é IMPOSSÍVEL para pessoas com qualquer tipo de necessidade especial.

As autoridades estaduais e municipais gabam-se, com frequência,  através dos diversos meios de comunicação, de iniciativas destinadas a esta finalidade. Estes `programas´ devem ser taxados, no mínimo, de mais uma forma de propaganda governamental enganosa.

A  SUDERJ tem um programa, chamado `REMAR É POSSÍVEL´, no Estádio de Remo da Lagoa, coordenado pelo Sr. Sérgio Castro, que é a prova concreta deste descaso e desrespeito para com os cidadãos com necessidades especiais.

Há muito tempo (há mais de 2 anos), o barco  destinado para os cadeirantes participarem dos exercícios de remo já estava sucateado, obsoleto, de madeira e CHEIO DE VAZAMENTOS. O barco adequado para a atividade de remo é de fibra-de-vidro.

Atualmente, este programa sequer dispõe de barco….portanto, `Remar NÃO é possível´ para os usuários deste programa.

Como o Estádio de Remo da Lagoa foi transformado em cinemas e restaurantes particulares e sua área circundante em estacionamentos particulares, os usuários deste programa ficaram também impedidos de usar o estacionamento contíguo ao local de treino.

Fora o ABSURDO de NÃO ter barco para treino e NÃO ter estacionamento para o acesso às instalações, os usuários deste programa tem que se mobilizar com conseguir uma CADEIRA apropriada para poder fazer uso do ERGÔMETRO, aparelho próprio para o exercício.

Empenham-se em conseguir uma CADEIRA que possa substituir as cadeiras de plástico que, por sua própria iniciativa, têm carregado para usar no ERGÔMETRO. Estas cadeiras que levam, por se mostrarem inadequadas, sempre se quebram.

Esta é mais uma das situações surrealistas que vivemos numa cidade que será sede do evento Rio+20…evento que deveria ser denominado Rio-20…sobre isto temos muito a relatar…” 

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