A General Electric e o IASERJ

O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ) tem um hospital público funcionando, no Centro da Cidade, na Rua Henrique Valadares, e que está sendo despejado para, em seguida, ser totalmente demolido.  Isso porque o Governo do Estado resolveu doar o terreno do hospital, de cerca de 12 mil  m², ao Instituto do Câncer (federal), para ali construir um centro de pesquisa.

Enquanto isto, no Fundão, em parte ilha que era ocupada pelo Exército (Ilha de Bom Jesus), a Prefeitura resolveu comprar parte deste terreno paradisíaco, com 47 mil m², por R$ 13 milhões , para doá-lo à GE (General Electric) por até 100 anos, como incentivo, para que essa empresa internacional faça ali o seu centro de pesquisa tecnológica.

Esta empresa, a GE, tinha uma fábrica no bairro de Maria da Graça, na Zona Norte do Rio, que foi fechada há cerca de quatro anos e cujo terreno se encontra abandonado.

Dois pesos, duas medidas: poder público doa terras à GE, que abandonou um terreno em Maria da Graça (E) e, ao mesmo tempo, “despeja” e pretende demolir hospital do IASERJ, em pleno funcionamento (D)

Ao mesmo tempo, parte do terreno da recuperado pela UFRJ do Canecão, em Botafogo, encontra-se abandonado, pois a Universidade (que é federal), ainda não conseguiu dar um uso a ele.

Pergunta-se: por que a GE não usa o seu próprio terreno, em Maria da Graça para fazer o seu centro tecnológico ? Por o INCA não faz o seu centro de pesquisas no Fundão, junto à UFRJ, onde há o hospital universitário, e que precisa de uma força ? Ou, ainda, no terreno do “ex-Canecão”, em Botafogo?

Por que um hospital público funcionando, no Centro do Rio, todo equipado e que atende à população sem recursos, vai ser demolido, em meio à notória crise da saúde pública  e de falta de leitos, para que o INCA faça ali seu centro de pesquisa, que poderia ser perfeitamente construído em terras públicas em Botafogo ou no Fundão, em um espaço que está sendo doado a uma empresa americana multinacional?

É preciso que fique claro, ao menos, quem são os responsáveis por esta farra de desperdício com os recursos públicos e pela malversação das terras públicas que estão sendo privatizadas!

Patrocínio – Em tempo, em agosto de 2011, a multinacional de tecnologia e serviços GE anunciou,  em cerimônia no Hotel Copacabana Palace, Rio de Janeiro, a extensão do seu contrato de patrocínio com o Comitê Olímpico Internacional (COI) até os Jogos de 2020, o que inclui os Jogos Olímpicos Rio 2016. (…)

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6 Resultados

  1. Foi o pior governo do Rio de janeiro sofremos até hoje.

  2. Cara Dra. Sonia Rabello

    São exemplos da prepotência e da falta de diálogo dos governantes com a população.mas considero que a culpa seje do eleitorado, que na hora de digitar os votos não se “lembra” das atrocidades cometidas pelos governantes e os reelegem no 1ª turno!!!

    E pior ainda reclamam e criticam a classe política que eles elegeram, é um absurdo!!!

  3. OLÁ.
    Tem sido uma recente constante no Glorioso EB em se desvincularem de sítios que não conseguem mais gerenciar, a exemplo das Fortalezas cariocas em que, a cada dia possuem menos ingerência em suas plantas físicas.
    Muitos desses são típicos locus amoenus por isso turísticos par excellence.
    A ponta da Ilha do Fundão aonde até há pouco possuíam uma instalação de aquartelamento do batalhão de serviço no QG (antigo Ministério da Guerra ao lado da Central do Brasil) fora antes um desses locais; ali foi plantado um imenso pomar, de modo que as frutas maduras nos seus pés pudessem diminuir a dor física dos muitos inválidos da pátria que para ali foram designados e levados, depois da Guerra da Tríplice Aliança; estamos falando do século XIX, mas, este local durante muitos anos ainda serviu de apoio aos serviços médicos militares.
    A exemplo disso, na virada dos anos de 1930 a 1940, o comando médico militar do Rio de Janeiro ainda enviava semanalmente um médico militar a cuidar dos que ali permaneciam.
    Meu tio médico militar me contou que várias vezes tomou uma barquinha que o levava do Cajú a um pequeno porto ali localizado, área que se pode visualizar bem da Ponte Rio-Niteroi (no caminho de volta) por ter uma igrejinha escondida e pequenita, e que data dos nossos ancestrais daqueles idos.
    Resta saber se a GE vai destruí-la, também.
    Nada contra essa firma desde que ela respeite mais e melhor aquilo que diz respeito à nossa vida como cidade histórica, principalmente depois da UNESCO ter-nos elegido como objeto de patrocínio de seus deleites internacionais; mas pelo visto, nunca seremos bem tratados.
    Não me perguntem se pesquisadores rejeitam frutas maduras nos seus devidos pés! Os que eu conheço e admiro cuidam bem das suas árvores e diferentemente da GE não as destroem.
    Só se pode esperar que ante a presença no Campus universitário da UFRJ eles se civilizem um pouquinho mais. Isso pode significar muito na nossa vida, pois a tecnologia deveria nos servir e não contrariamente nós lhes servirmos, como ora se demonstra claramente.

  4. Esta constatação tem q ser encaminhada a presidente Dilma.
    O escalão do governo daqui do RJ já está todo comprometido

    • Indignada disse:

      Minha cara Maria Vitoria você ainda acredita que a presidente não faz parte desse conluio? Deixei de acreditar em Papai noel a muito tempo atrás. Perdoe-me por lhe tirar essa ilusão. Os três níveis de governo estão comprometidos: Federal, estadual e municipal, basta ver as alianças

  5. Segundo informações do pessoal da empresa que realizará a obra de construção do BTC da GE na Vila Militar da Ilha do Bom Jesus – Fundão, serão cortadas em torno de 550 (quinhentos e cinquenta) árvores. Habitat natural de várias espécies da fauna local…
    Afirmam que já possuem licenças de “tudo”, prefeitura (óbvio), Inea (óbvio), faltando apenas da CET RIO(??????).
    Agora, além dos moradores correrem o risco de ficarem sem teto, a fauna será afetada…..
    Não há biólogos na realização da obra!!!!!!!

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