Patrimônio público hospitalar: danos iminentes?

INCA x IASERJ, Transplantes x Hospital de IPANEMA, e a GE ganhando as terras ! 

Nesta terça-feira, dia 8, houve Assembléia Extraordinária no IASERJ (Instituto Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro), que tem sua principal unidade localizada na Praça da Cruz Vermelha, no Centro do Rio, e já foi, e continua sendo, um imprescindível hospital público, que realiza cerca de 7 mil consultas por mês.

Mas vejam e tentem descobrir a coerência:

1.  O governo do Estado do Rio está prestes a ceder, definitivamente, toda a área da principal sede do IASERJ ao Inca (Instituto Nacional do Câncer), para que este construa no local seu centro de pesquisa.  

Para isso, poderá implodir o local, evacuando de lá todos os doentes internados.  Patrimônio dos servidores sendo dado ao governo federal sem autorização legislativa.

2.  O governo federal, por outro lado, está vendendo, por R$ 13 milhões, uma área do Exército – situada na Ilha do Fundão (Ilha de Bom Jesus) – à Prefeitura .  

Essa área, de 47 mil m2, será doada, por até 100 anos, pela Prefeitura à empresa multinacional GE, para que esta ali instale um Centro Tecnológico. (Leia mais)

Por que essa doação não é feita ao centro de pesquisa do INCA e, com isso,  o IASERJ ficaria preservado?

3. Anunciado, na semana passada, a intenção do Governo Federal de implodir o Hospital Federal de Ipanema, a pedido do Governo do Estado, para que esse ceda a área a uma OSP (Organização Social Privada), que ali construirá um novo hospital de transplante, com heliponto em pleno bairro de Ipanema!  

Por que não construir o hospital de transplante na área já implodida do hospital da UFRJ, no Fundão, que lá ficou 10 anos sem uso?  Ou na Ilha de Bom Jesus, que está sendo doada à GE?

4. Existe ainda mais uma área pública vazia e, por isto, não é necessário implodir dois hospitais públicos em pleno funcionamento: trata-se daquela onde funcionou o Canecão, que pertence a UFRJ, e que está quase abandonada. 

Há quase 50 anos, aquela área foi doada à Universidade para lá se construir um hospital: por que não a área de pesquisa do INCA, que é também federal ?

Áreas públicas não faltam. Até algumas sendo doadas a empresas internacionais.  Mas, ao que parece, o interesse parece ser o de implodir o que é patrimônio público.

Caso não seja dada aos governantes a graça da iluminação, resta a judicialização das políticas públicas!

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