Recursos privados para a Olimpíada do Rio? Enganação!

Nesta terça-feira, dia 28, tivemos pelo Jornal Nacional a entrevista dada pelas autoridades olímpicas do Rio dizendo que dos R$ 5 bilhões orçados para alguns equipamentos olímpicos da Barra da Tijuca, mais de R$ 4 bilhões seriam de recursos privados!  Mostraram, inclusive, um quadro com este percentual “privado” do bolo !

Falácias para enganar a população. Distorcem a realidade para fazê-la crer que não estariam gastando recursos públicos para realização destes jogos. A ansiedade pelo engodo é tão grande que já nem mais empregaram, ao noticiar, de que seriam recursos provenientes de contratos chamados de “parceria público-privada”.  Chamam só de “recursos privados”. 

Mas, basta dar um olhada elementar no documento oficial – Matriz de Responsabilidade – especialmente às fls 20 a 23, que veremos que os R$ 4 bilhões anunciados como “recursos privados”, a serem aplicados em obras de infraestrutura e equipamentos no Parque Olímpico da Barra, são fruto do contrato feito pelo Município com as empreiteiras do Consórcio formado pela Odebrecht, Carvalho Hosken e Andrade Gutierrez. 

peninsula

Por força do referido contrato, ao final das Olimpíadas, este consórcio será dono de cerca de 75 % das terras públicas no local e dos respectivos índices construtivos para construção de dezenas de prédios privados, residenciais e comerciais, com cerca de 22 andares.  

Este é o pagamento público pelas obras ditas privadas! Portanto, os recursos para pagar as obras olímpicas não são privados, mas públicos. Terras públicas  somadas aos índices construtivos públicos que serão privatizados . Uma fortuna!

Vale ainda lembrar que naquele local – que chamo de Península de Jacarepaguá -, o mais nobre à beira da Lagoa de Jacarepaguá onde serão construídos após os jogos dezenas de prédios das empreiteiras do Consórcio, estava construído, com recursos totalmente públicos, o ex-Autódromo do Rio.

Este foi demolido (a exemplo da Perimetral) para que a área fosse, ao final das Olimpíadas, ocupada por edifícios privados do consórcio de empreiteiras.  Portanto, não estão incluídos nos custos anunciados, os gastos de reconstrução de um novo autódromo público para o Rio! (cerca de R$ 300 milhões?).

Para demolir o Autódromo de Jacarepaguá da Cidade do Rio, a Prefeitura havia se comprometido a, antes de realizar a demolição, construir um novo. É evidente que descumpriu esta promessa. O demolidor agiu rápido.  A cidade está sem o seu autódromo. E não tem onde colocá-lo.

Mas, como de hábito, os administradores-demolidores querem ainda destruir o restante da Mata Atlântica em Deodoro, para ali fazer cumprir sua promessa.

Desta vez, o custo não seria só em dinheiro, mas em riqueza ambiental dos cariocas e fluminenses. A ganância parece insaciável. Quem os deterá ?

 

Você pode gostar...

1 Resultado

  1. É visto que a ganância chegue ao ponto de destruir riquezas que jamais o homem poderão substituir ,pois o que a natureza demora anos para sem consolidar o homem com sua mania de poder destroi em pouco tempo nossa mata atlântica.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

pt_BRPortuguese
pt_BRPortuguese