Maracanã: a luta continua, com nova liminar

Imbróglio que envergonha os fluminenses e os cariocas

O Juízo de 1ª instância deu, nesta quarta-feira, dia 17, nova decisão para impedir a demolição do Parque Aquático (público) Júlio Delamare. 

Mas, por que o Governo do Estado quer destruir tão rapidamente os equipamentos esportivos e educacionais públicos, se este espaço somente será usado pelos concessionários privados para fins de estacionamento e áreas comerciais?  

Justiça concede liminar e proíbe demolição do Júlio Delamare

Resposta: porque sabe-se que essas demolições são ilegítimas, e até ilegais. E para fazê-las é melhor que o Estado as faça, diretamente, já que o particular não terá nenhuma facilidade de liberá-las em processos judiciais como este, como o Estado do Rio tem .  É que o Estado, pode alegar, junto à Presidência do Tribunal, interesse público relevante, coisa que o particular não pode fazê-lo.

O Governo do Estado do Rio sabe que é necessário, para viabilizar a concessão privada do bem público, entregá-lo com o “terreno liberado”, com tudo demolido.

Sabe disso até mesmo pelo aprendizado que teve com outro bem público, o Quartel General da Polícia Militar, na Rua Evaristo da Veiga, no Centro do Rio, porque, durante a negociação com a Petrobras, esta teria exigido o terreno “livre do prédio”, uma vez que já havia ampla reivindicação da sociedade em preservá-lo.  

Resultado: as negociações pararam, e agora o Estado precisa derrubar tudo e liberar o terreno (arrasado) para fazer o seu negócio comercial com mais este grande espaço no coração do Rio, em detrimento ao patrimônio urbano e cultural da Cidade.

No caso da liminar dada para não demolir o Parque Aquático Júlio Delamare, trata-se da mesma ação judicial do MP/RJ na qual, na semana passada, a instituição havia conseguido uma decisão de paralisar o procedimento licitatório de privatização do Complexo Esportivo do Maracanã – liminar esta dada pelo Juízo de 1ª instância e cassada, horas depois, pela Presidência do Tribunal.

Nesta ação, o Ministério Público havia feito vários pedidos de liminar, e o juízo havia apreciado somente o pedido referente à licitação.  Como existia também o pedido para paralisar as demolições, este foi, agora, deferido pelo Juízo, em face de uma nova provocação judicial (embargos) feita pelo MP.

Para a cassação da primeira liminar a Presidência do Tribunal alegou, conforme publicamos, que tratava-se apenas de dar continuidade a um procedimento licitatório e, por isso, não antevia um verdadeiro perigo  a justificar a manutenção da liminar (periculum in mora).  

No caso da demolição do Parque Aquático a situação é completamente diferente. Uma vez demolido perder-se-á o bem público que se quer proteger, objeto do próprio litígio judicial!

Ademais, tanto o Estádio Célio de Barros, como o Parque Aquático eram tombados pelo Município pelo seu valor cultural; tombamento este desfeito pelo pessoalmente pelo prefeito, através de decreto de duvidosa legalidade, por ausência de motivação conhecida (publicada).  

Além disso, o Complexo é entorno de bem tombado federal, cuja demolição deve ser autorizada pelo IPHAN.  Será que foi?

A questão é fortemente controvertida, e competentemente exposta na petição inicial do Ministério Público, que vale a pena conhecer para análise de todos os aspectos deste negócio esdrúxulo que o Governo do Estado quer cometer, e que faz enrubescer de vergonha qualquer pessoa de bem!

Confira mais sobre a questão.

“Maracanã: continuidade à licitação.Por quê?”

“Decisões Judiciais”

“Maracanã: Estado “vende” o coração carioca!”

Veja mais.

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3 Resultados

  1. Sonia Rabello disse:

    Obrigada pelos comentários, e pelo apoio. SR

  2. Estimada Sonia Rabello: Para quem “ama”, de verdade, o Rio de Janeiro e deseja “proteger” tal inestimável patrimônio público edificado, você “nos tem valido”, muito mais, que o próprio “tão combalido” IPHAN. Mário e Oswaldo de Andrade, Rodrigo Melo Franco, Manuel Bandeira, Afonso Arinos, Carlos Drumond, devem estar, mesmo, seguramente, “torcendo lá do céu”, para que você consiga, mesmo, demonstrar que os tantos “planos maquiavélicos, mega-mercadológicos” da “Copa da FIFA do Blatter” e da “ARENA SHOPPING do Eike” JAMAIS PODERÃO SE SOBREPOR AO INTERESSE PÚBLICO E AO VALOR DE UM POVO – SOFRIDO – QUE NÃO MAIS SE DEIXA ILUSORIAMENTE ENGANAR. – A “luta” continua… a VERDADE, COM JUSTIÇA, SEMPRE, NOS GUIARÁ !…

  3. Ana Rita disse:

    Fico indignada com está pouca vergonha, tirar um bem público, sem perguntar para a população se concordam, afinal, a construção foi feita com o nosso dinheiro, tem que ter um Juiz Sério,para impedir estes abusos.

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